quarta-feira, 13 de maio de 2009

minha cama, um não-lugar

estava estranho. sim, o meu lugar. impessoal.
mais que estranho, me incomodava.
era um turbilhão. um caos.
a cabeça que não quietava. o coração que não amansava, era uma fera. o ar que não entrava.
as contas. o ano que vem. a arte. o cartão que bloqueou. a cidade. e ele. o trabalho. ai que preguiça. a saudade. a vida. e quando eu pedi que ficasse. e se eu corresse pra onde ele ia e não deixasse que fosse, como seria hoje? a viagem. o banco. por que entendo? por que respeito? por que não enlouqueço? falta pouco. mas e quando acabar? o salário. a solução.
solução? pra quê? pro dinheiro que falta? pra ele? pro trabalho?
não! pra essa noite que entope minhas veias.
calor. frio. calor. frio. calor. frio. água. água. água. água.
agora vai!
que nada...
o que será isso? alguém pode me dizer? ei, deus! o que é isso?
será a cerveja? talvez o gorse... ou falta de oração? tpm! pode ser também...
será tudo numa coisa só. em mim. numa noite interminável.
é quando ouço barulho do chuveiro.
o azul do céu clareia.
ufa!
me sinto exausta. cansada. como se tivesse tomado uma surra.
mas clareou. tudo está menor.
sentada de baixo do sol, sinto o ar enchendo meu peito, minha cabeça descansa, meu coração é leve.
Bom dia.

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