domingo, 17 de maio de 2009

meu Brasil

Um português de Lisboa viajava à toa e onde já se viu?
remando numa canoa parou, gente boa, cá no Brasil
E viu pelo ar lindos saltos de um povo a pedir um gol
e viu as canções de Elis nas estrelas a se espalhar
de puro arrepio num doido navio do céu andar
os tais vícios e os versos Vinícius sentiu brilhar
e um louco poeta ufanista de vista conhece num bar
e viu Pixinguinha compor as canções que o vento não dá
e todos os loucos profetas da cabala tropical
escrevem seus textos pretextos mais loucos pro carnaval
e viu a gaivota imitando Garrincha a driblar o mar
e viu o olhar de Cartola na bola da lua
as rosas não falam apenas exalam o que faltar
pra que sobre um louco celeiro pro mundo quando acabar
[Oswaldo Montenegro]

quinta-feira, 14 de maio de 2009

É Deus,

parece que vai ser nós dois...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

minha cama, um não-lugar

estava estranho. sim, o meu lugar. impessoal.
mais que estranho, me incomodava.
era um turbilhão. um caos.
a cabeça que não quietava. o coração que não amansava, era uma fera. o ar que não entrava.
as contas. o ano que vem. a arte. o cartão que bloqueou. a cidade. e ele. o trabalho. ai que preguiça. a saudade. a vida. e quando eu pedi que ficasse. e se eu corresse pra onde ele ia e não deixasse que fosse, como seria hoje? a viagem. o banco. por que entendo? por que respeito? por que não enlouqueço? falta pouco. mas e quando acabar? o salário. a solução.
solução? pra quê? pro dinheiro que falta? pra ele? pro trabalho?
não! pra essa noite que entope minhas veias.
calor. frio. calor. frio. calor. frio. água. água. água. água.
agora vai!
que nada...
o que será isso? alguém pode me dizer? ei, deus! o que é isso?
será a cerveja? talvez o gorse... ou falta de oração? tpm! pode ser também...
será tudo numa coisa só. em mim. numa noite interminável.
é quando ouço barulho do chuveiro.
o azul do céu clareia.
ufa!
me sinto exausta. cansada. como se tivesse tomado uma surra.
mas clareou. tudo está menor.
sentada de baixo do sol, sinto o ar enchendo meu peito, minha cabeça descansa, meu coração é leve.
Bom dia.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Você tem medo?

- Deixa eu pensar...
- Não! Não pense... Vamos dançar!
Medo?
Do frio!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Que livro é você?

Pulando de blog em blog nessa 2ªfeira pós-Virada Cultural, que deveria ser feriado para recuperação das minhas pernócas...
Encontrei o teste:
Que livro é você?

Resultado:

"Antologia poética"
(Carlos Drummond de Andrade)
"O primeiro amor passou

O segundo amor passou
O terceiro amor passou
Mas o coração continua".
Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.
"Antologia poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.

"Morte e vida severina"
(João Cabral de Melo Neto)
Às vezes você tem uma séria vontade de estapear as pessoas, só para fazê-las acordarem e perceberem as injustiças deste mundo. Como podem viver em seus mundinhos banais, quando há quem passe fome e totalmente à margem de qualquer conforto ou assistência? Esta talvez seja a sua maior revolta. Por isso, você tenta fazer a sua parte. Talvez por meio de um trabalho voluntário, participando de movimentos populares ou somente se exaltando em rodas de amigos menos engajados. De qualquer maneira, você consegue de fato comover pessoas com seu discurso apaixonado e, ao mesmo tempo, baseado numa lógica de compaixão e igualdade que ninguém pode negar.
Essa missão é mais do que cumprida pelo belo "Morte e vida severina" (1966), poema dramático escrito pelo pernambucano Melo Neto que se tornou símbolo para uma geração em conflito com as consequências sociais geradas pelo capitalismo selvagem.

Sou (muito) eu!
[pelo menos eu acho...]
Não boto fé nesses trens de testes e tals...
Mas esse eu recomendo super!!
Quem fizer o teste, bora compartilhar o resultado!
Que livro é você?